O Museu de Arte de Joinville (MAJ) recebe nesta quinta-feira (23) a exposição ‘De vidro e sal’, do artista porto-alegrense Gelson Radaelli. A mostra, que abre às 20 horas, irá apresentar um recorte da parte mais significativa do percurso desse criador, nascido em 1960, que se dedica ao desenho e à pintura desde os sete anos de idade.
Em exercícios de pura investigação, começou a criar linguagem própria no fim da década de 1980, fazendo interferências com nanquim preto e guache branco – material de uso em criação da propaganda na época e cuja atividade se dedicou por alguns meses – sobre folhas de revistas que existiam no local.
A partir de rápidas anotações sobre os impressos, construiu painéis proporcionais a estes, reproduzindo os gestos e as imagens ali contidos, de modo ampliado em seu atelier. Isso resultou em uma construção imagética original e a conquista de linguagem pessoal, com a qual Radaelli inaugurava em 1990, na Sala João Fahion, do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, a primeira individual, de onde traz alguns trabalhos para essa mostra do MAJ.
Esse olhar sobre a vida em preto e branco dominou a pintura do artista por mais de 20 anos. Realizou trabalhos variados em formatos e tamanhos (com carvão, tinta acrílica e PVA), prevalecendo a figura humana como temática dominante.
Apesar de ser reconhecido pela maneira de compor sua pintura e a identidade que continha a obra, a partir de 2008 o artista escolhe outros caminhos e imagina novos temas, trocando o corpo por horizonte e nuvens, abandona as tintas sintéticas duotone e valendo-se do óleo em muitas cores. O grau de emoção que carregavam as criaturas solitárias dos quadros anteriores transferiu-se com sucesso para a árida paisagem. Encontra-se fúria, isolamento, medo, hesitação e perplexidade nesses painéis com nuvens duras e tristes que percorrem lentamente o olhar de quem observa.
São cinco exposições individuais realizadas nesta nova e convulsiva linguagem, uma delas vencedora do prêmio Açoriano de melhor exposição de pintura na cidade de Porto Alegre em 2011.
Além desses trabalhos, com o mundo num cenário apocalíptico, o espectador de ‘De vidro e sal’ poderá ver peças em barro e metal fundido, os quais representam a tridimensionalidade de alguns desenhos (cabeças e rostos), que são riscados em técnica mista sobre papel, em momento de pausa entre uma batalha e outra com a pintura.
A exposição, que tem a curadoria de Alena Marmo e Môa, permanecerá aberta para visitação até o dia 7 de agosto de 2016 (domingo).
Serviço
O quê: Exposição ‘De vidro e sal’
Quando: Abertura na quinta-feira (23), às 20 horas. Mostra segue até 7 de agosto, de terça a domingo, das 10 às 16 h
Onde: Museu de Arte de Joinville - Rua 15 de novembro, 1400, América
Visitas monitoradas: Grupos devem ser agendadas pelos fones: (47) 3433-4677 / 3433-4754.
Quanto: Entrada Gratuita
Imagem: Fábio Del Ré
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